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Empate catimbado com gosto de vitória.

Publicada em: 01/09/2014

Voltando aos ares da serra, o Furão Tricolor foi para o outro lado do Rio das Antas rumo a capital nacional do Basalto para enfrentar o Veterano Nova Prata e viu escrita mais uma página escura do futebol várzeo-veterano. No fundo não houve uma surpresa tão grande com o ambiente preparado para o jogo da volta mas com a intensidade/insanidade de alguns elementos do time da terra (não idade) da pedra. Como todos que conhecem o Deportivo Mustela sabem que o time tem uma média pouco superior a trinta anos, e isso não é novidade para ninguém basta acessar nosso site que todos os atletas estão lá cadastrados com suas datas de nascimento inclusive. Ocorre que no primeiro jogo, o time adversário além de vir com um time com média de idade bem superior ainda veio bem desfalcado e acabou sendo goleado por 7 a 1 no jogo com mando do Furão.

A volta já era esperado um cenário diferente, e foi o que ocorreu. O time adversário formou praticamente dois times um veterano de alta qualidade para o primeiro tempo e um time jovem igualmente bom para o segundo tempo. Estava clara a estratégia de devolução dos sete gol tomados aqui na capital do vinho.

O que não estava no projeto era a disposição do Deportivo Mustela em não ceder a essa intenção. Outra variável que teve o resultado de sempre foi a famosa arbitragem paulistinha que onde inventaram deu confusão. Houve tempos que chegamos a pensar que o problema era o Deportivo Mustela, mas depois de jogarmos sem arbitragem como no sábado passado em Gravataí(RS) em um jogo limpo e sem problemas, sábado foi o dia de convencer-nos definitivamente que esse tipo de arbitragem é 80% do caminho para a confusão. Some-se a isso, atletas e torcedores alcoolizados e teremos um ambiente nada salubre para um jogo de sábado a tarde.

Não tinha como dar certo, e não deu. O primeiro tempo foi de toque de bola de um lado para outro quase em slow motion, uma chegada do time de casa com uma boa defesa do goleiro Vagner, um impedimento escandaloso no rebote que o juiz não quiz ver. Pelo menos três boas chances desperdiçadas pelo Furão e um impedimento mal marcado no qual o atacante tricolor sairia cara a cara com o goleiro adversário e pra fechar o prenúncio da tarde lamentável um senhor que deve beirar os cinquenta anos deu um pontapé vergonhoso no camisa 13 do Mustela por trás e o tirou do jogo. Conforme as fotos e quem conhece o Maycon sabe que o pé que aparece na foto parece do Faustão perto do seu estado natural, conforme é possível verificar nas fotos em detalhe o estado da lesão no dia seguinte. E assim o primeiro tempo acabou com 0 a 0 no placar e uma baixa no time do Furão, ressaltando que não houve nenhuma falta sequer desleal ou violenta cometida por qualquer atleta do Deportivo Mustela.

Bem, começa o segundo tempo e o time adversário troca seus veteranos por uma turma jovem e com muito futebol no couro e o Deportivo Mustela demorou para achar o jogo, marcou de forma incansável e sempre buscando o contragolpe e assim com Ronaldo no lugar do lesionado Maycon teve ainda mais chances de marcar, foram pelo menos mais três excelentes oportunidades. Nesse período do jogo o time de Nova Prata dominou amplamente as ações mas tinha poucas oportunidades de gol já que o sistema defensivo do tricolor bento gonçalvense novamente demonstrava solidez. O time da casa, curiosamente através dos seus veteranos e o pessoal da arquibancada demonstrava nervosismo a cada lance.

Aproveitando disso, o Deportivo Mustela buscou a catimba e a cada oportunidade tentava esfriar o jogo já que com um atleta a menos nas opções de troca o cansaço era cada vez mais nítido. E a estratégia de contra golpear vinha se mostrando cada vez mais eficiente, mesmo que ainda faltasse o acerto final. Neste cenário novamente o mesmo senhor perdeu o tempo da jogada e fez mais uma falta grosseira dessa vez atingindo ao camisa 20 Ronaldo por trás.

Sempre houve o pedido para que o time em momento algum usasse a violência e dessa vez estávamos sofrendo pressão, erros de arbitragem e apanhando covardemente. Nesse momento o jogo descambou um pouco e algumas chegadas mais fortes aconteceram de ambos os lados. Também foi nesse momento que as ações estiveram mais equilibradas pois o jogo ficou feio e truncado o que tirou a vantagem técnica do time local que com a bola em movimento conseguia melhores articulações.

Também curiosamente, quando o Mustela equilibrara o jogo, acabou tomando o gol de abertura do escore. Foi em uma falta lateral que só o árbitro vira, inclusive a bola havia sobrado para o time da casa que queria a vantagem mas o juiz optou por parar o jogo. Na cobrança a bola alçada no segundo poste onde o atacante alvi-negro desviou no canto do goleiro sem chances.

No recomeço o time da casa ouviu das arquibancadas que só faltavam seis gol para o combinado, e foi para o abafa com jogadas de triangulação e posse de bola. Ali o time do Mustela teve um dos seus melhores momentos em termos de maturidade em campo da sua história. Marcou, cobriu, desdobrou-se, fez faltas quando necessário, deu chutão e aguardou o momento certo para em um contra ataque fulminante empatar com o seu camisa 9, Lê. O empate frustrava totalmente a revanche pratense e foi a senha para a catimba tricolor e a desestabilização alvi-negra. Mas a arbitragem seguia jogando junto com o time da casa e faltas a todo o momento contra o Mustela, errando impedimentos fáceis em ataques tricolores até que passado dos quarenta minutos uma bola sobrada na entrada da área tricolor, o atacante local bate mascado, a bola raspa em Ronaldo muda a trajetória e vai no braço do camisa 5, Rafael. Depois de titubear e o adversário gritar muito o juiz marca o pênalti que ele mesmo não tinha visto - marcou no grito.

Pela grandeza do time da casa, já não cabiam os pontapés, os palavrões, os erros infantis de arbitragens mas, para finalizar um penal marcado no grito. Muita reclamação, catimba e o atleta do time local, um jovem possivelmente até envergonhado com a situação bateu tentando o contrapé do goleiro Vagner que caiu para defender com muita agilidade e precisão, salvando o time do Furão Tricolor tornando-se o herói da tarde mustela.

A comédia-pastelão só não estava completa pois o juiz ainda expulsaria o camisa 3 tricolor, Lahm por este ironizar a arbitragem, aplaudindo-a - expulsão correta, diga-se de passagem. A ironia e o plano frustrado revoltaram os donos da casa que invadiram o campo para ofender e propor briga. Ora, catimba vemos em todos os jogos e um time recheado de veteranos deveria dar aulas disso. Ainda mais contando no seu grupo com ex-profissionais e até com o atual treinador do time profissional da A. Nova Prata de Esportes, o Sr. Everaldo Medeiros que deveria ser um exemplo em se tratando de futebol pois comanda o time profissional da cidade, mesmo assim era um dos mais exaltados.

É importante registrar que os jovens atletas recrutados para a pseudo vingança pratense tiveram um comportamento exemplar, raros entraram no destempero dos mais velhos e a maioria ignorou o fato do jogo ter acabado sem vencedor, o que só prova que estavam ali porque haviam sido convocados mas não tinham identificação nenhuma com as cores que vestiam.

Em muitos jogos reclamamos de nós mesmos que não tínhamos a serenidade e inteligência emocional e tática para jogar, neste sábado conseguimos superar muito em função de estarmos concentrados no jogo e buscar de todas as formas superar o adversário. Faltou um pouco mais de sorte, talvez, se bem que se fôssemos vencedores novamente possivelmente teríamos histórias ainda mais lamentáveis para contar aqui em função do destempero e despreparo do adversário. Em toda a história do Deportivo Mustela, este é apenas o segundo adversário que tem esse tipo de comportamento, já tivemos derrotas acachapantes, adversários que jamais vencemos mas em momento algum apelamos e lesionamos um adversário por um pontapé covarde. Contratamos juízes, o que nem sempre é garantia de boa arbitragem porém os mesmos não tem vínculo algum conosco e acertam/erram tanto contra quanto a favor - tal qual é no ambiente dos profissionais. Mesmo sendo na várzea, foi um capítulo negro na história do futebol da Serra.

Mas vamos em frente que o calendário prevê nova viagem no próximo sábado com deslocamento até a localidade de Pulador, onde enfrentaremos o time local e só para lembrar tomamos um chocolate na última e única oportunidade que jogamos por lá. Tenho absoluta certeza que o cenário será completamente diferente.